Esta publicação também está disponível em: Inglês Espanhol Francês
Nem muitas crianças de 13 anos discursam no Congresso. Célia Xakriabá não era como a maioria das crianças de 13 anos.
“O movimento indígena me moldou”, explica Xakriabá, agora deputada federal por Minas Gerais.
Apaixonada pela educação indígena e pelo ativismo, Xakriabá se tornou a primeira mulher indígena a integrar a Secretaria de Educação de Minas Gerais em 2015.
Ela não parou por aí. Em 2019, começou a atuar como assessora parlamentar no Congresso Nacional e, em 2022, foi eleita a primeira deputada federal indígena de seu estado.
Xakriabá defende os direitos da natureza e combate o “racismo da ausência”, garantindo representação para os povos indígenas do Brasil.
“Por que as pessoas se desconectaram tanto da terra e das questões ambientais?”, ela questiona.
“Muitos parecem pensar que meio ambiente é apenas sobre árvores, mas, na realidade, nós somos o meio ambiente.”
Em 2023, ela reativou a Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos dos Povos Indígenas e foi eleita presidente da Comissão da Amazônia e dos Povos Indígenas e Tradicionais. Assim, tornou-se a primeira mulher indígena a presidir uma comissão no Congresso.
Na COP28, lançou o Planet Caucus, uma campanha para defender os direitos indígenas, o clima e a biodiversidade.
“Fazer parte do movimento indígena molda meu trabalho porque entendo claramente de onde vem o poder: ele vem da base.”
“É essencial compreender que nossos direitos não começam onde os direitos dos outros terminam. É impossível imaginar um Brasil avançando sem abraçar sua diversidade.”
Em 2024, Xakriabá recebeu o Prêmio Congresso em Foco na categoria de melhor deputada em Clima e Sustentabilidade.