O tempo está se esgotando para a floresta amazônica. Em apenas uma década, o desmatamento pode fazer com que a maior floresta tropical do mundo atravesse um ponto de inflexão e entre em colapso, levando a uma “espiral da morte” à medida que a floresta se transforma em um ecossistema do tipo pastagem. Isso destruirá o lar de um décimo da biodiversidade do mundo, cerca de 400 diferentes grupos indígenas e um grande número de potenciais medicamentos e outros recursos.
Mas o mundo não está calado. Pelo menos, não os milhares de pessoas ao redor do mundo que de 21 a 23 de setembro ouviram especialistas, formuladores de políticas, líderes indígenas, ativistas, artistas e outros discutirem maneiras de salvar a Amazônia durante o GLF Amazônia – a maior conferência global focada nesse bioma. Aqui estão algumas citações importantes para levar do evento:
“Temos a língua, as fases da lua, e temos o aprendizado de nossa linhagem – e através deles, preservamos tudo para desenvolver nossa comunidade nativa.” – Walter Sangama, Presidente da Federação dos Povos Indígenas Kichwa da Região de San Martín (FEPIKRESAM).
“Temos provado [que] sem essa terra, não somos nada. Respiramos o que essa terra está sofrendo, o que a água está sofrendo. Comemos o que vem da natureza e da terra.” – Benki Piyāko, Líder da Comunidade Ashaninka, Terra Kampa do Rio Amônia.
“Os indígenas sempre praticaram a bioeconomia. Nunca chamamos [isso] de ‘bioeconomia’. Isso é comum: usar a floresta de forma ecológica. Isso é normal para nós. É normal para os povos indígenas.” – José Neto, Ygarapé.
“Não há futuro para a Amazônia se separarmos a história natural da Amazônia e a história dos povos que vivem nessa região tão importante por cerca de 12 milhões de anos.” – Eduardo Góes Neves, Professor Titular de Arqueologia Brasileira, Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (MAE-USP).
“Nossas vozes precisam ser ouvidas e nós [mulheres] somos iguais. Tenho muito orgulho de ver todas essas crianças que perceberam isso. Mostramos para elas o valor de cuidar de nossa terra. Ser uma mulher guardiã da terra e ver todas as meninas que foram empoderadas … para vê-las e o amor que elas têm por seu território.” – Alexandra Narvaez, Presidente da Associação das Mulheres Shamecco.
“Por muito tempo ficamos em silêncio. Agora é a hora e a vez das mulheres indígenas se empoderarem. É importante aumentar e apoiar a capacitação de nosso povo em diferentes planos de desenvolvimento sustentável.” – Caroline Jacobs, mulher Makush.
“Devemos agir agora, invertendo a tendência e parando o desmatamento e a degradação. Podemos fazer da Amazônia a força propulsora de ação, uma inspiração para o planeta onde as pessoas e a natureza podem prosperar juntas. ” – Tasso Azevedo, Coordenador das Iniciativas MapBiomas e SEEG, ex-Chefe do Serviço Florestal Brasileiro.
“A natureza, o clima e a agricultura são três setores muitas vezes isolados, mas que devem trabalhar juntos. Quando falamos de desmatamento, estamos falando também de uma mudança nos processos produtivos em todo o mundo, e essas mudanças são grandes.” – Marcello Brito, líder e cofacilitador, Coalizão Brasileira sobre Clima, Florestas e Agricultura.
“Resolver o desmatamento pode contribuir com mais de um terço para a solução climática até 2040, é trabalhando com parceiros que podemos alcançar essa meta.” – Christine Dragisic, Oficial de Relações Exteriores, Departamento de Estado dos EUA.
“Para enfrentar a mudança climática, temos que enfrentar primeiro as desigualdades, a pobreza e a miséria que afetam mais de 80% das pessoas no planeta.” – Marcello Brito, líder e cofacilitador, Coalizão Brasileira sobre Clima, Florestas e Agricultura
“Quando você deixa seu dinheiro no banco sem perguntar onde e como será investido, há o risco de que irá para algum lugar que você não gosta.” – Leonardo Letelier, Fundador e CEO, SITAWI Finanças do Bem (Finance for Good)
“Também é importante ter incentivos do setor privado – como scans de certificação – para promover o desmatamento zero, contribuir para a proteção da biodiversidade e mudar os métodos de produção.” – Patricia Sugui, Gerente de Sustentabilidade, CJ Selecta.
“Temos que melhorar e mudar de modelos de negócios para modelos de investimento. Temos que trazer credores sociais e serviços financeiros, que são importantes para os produtores e as pequenas empresas.” – Yovita Ivanova, Gerente Sênior, CIAT.
“Precisamos de uma economia verde que garanta que os 30 milhões de brasileiros que vivem na região amazônica tenham seus direitos sociais respeitados. Não há segurança ambiental sem segurança social.” – Flávio Dino, Governador do Estado do Maranhão, Brasil.
“A floresta não queima. Está queimada.” – Ane Alencar, Diretora de Ciência do Instituto de Pesquisas Ambientais da Amazônia (IPAM).
“Não há maneira física de salvar o clima sem reverter o desmatamento de forma dramática e muito rápida na próxima década.” – Rocio Sanz Cortes, Diretor Administrativo, Suprimentos Emergentes.
“Não existe apenas uma Amazônia. Existem muitas.” – Miriam Leitão, jornalista da Globo.
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